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De promessa a realidade: um bate papo com Israel Felliipe jogador do Bangu A.C.

*Por Deivid Peixoto


O Bangu A.C. participou do Campeonato Carioca de 2021, mesmo não tendo uma participação tão notável, o clube revelou algumas promessas. Uma delas é o jovem Israel Felliipe, jogador de 20 anos e morador da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Israel foi um dos zagueiros do clube na campanha do Carioca, tendo colecionado jogadas marcantes e sendo prestigiado pelos telespectadores da competição.


Antes de chegar aos profissionais, Israel teve desafios e obstáculos para seguir em busca de seu sonho.Apesar de ter estreado como profissional no Bangu, ele trilhou diversos caminhos e jogou em alguns clubes do Rio de Janeiro, tendo inclusive uma passagem curta pelo Botafogo.


Passei do Botafogo para o Bonsucesso. Fui jogar no Condo, time da terceira divisão. Fui para os Profs, Metropolitano. Fui para um projeto em Paciência, tinha envolvimento com o Operário. Márcio Goulart foi meu empresário desde lá, fui para Minas e joguei por um tempo. Lá teve uma discussão, e acabei voltando para o Rio e depois fui para o Bangu

O jogador relatou as dificuldades que teve em seu período na base, e como cada conquista era vista de maneira importante para continuar no caminho certo. A falta de recursos financeiros foi um dos fatores que mais atrapalhou ele nessa caminhada.


Na época quando eu tinha que ir de bicicleta treinar, eu pegava muito sol e percorria por toda a Cesário de Melo até chegar no bairro de Paciência. Tinha que treinar e voltar ainda. Eu chegava todo sujo e para ter força era difícil. Fui aos poucos indo treinar, a dificuldade financeira era grande, eu morava com a minha irmã, duas meninas e um rapaz. Eu arrumei um trabalho na Lapa, era servente de pedreiro, recebia em quinzena. Saía de Campo Grande, às 16:00 e chegava às 20:00 na lapa. Trabalhava no horário das 21:00 às 5:00 e chegava em paciência às 7:00 e treinava de 9:00 às 11:00.

Em suas primeiras atuações como jogador profissional Israel sentiu a diferença e notou como a vida de um profissional é mais exigida.


A princípio o pessoal falava que era como se você estivesse na Disney, e você vai se perder, eu pensava como será? Quando entrei no Engenhão olhei as escadas e liguei para o meu pai, ele me incentivou e foi marcante. Na época, joguei contra o Matheus Babi e enfrentei logo ele, foi na casa do Botafogo. Foi 0 vs 0 e fiz um bom jogo. Marcelo Benevenuto viu minha emoção e me deu uma camisa e um abraço, tive muita satisfação de ter tido essa experiência. Chorei até o momento de ir embora. Realizei meu sonho, tinha muita mensagem, mudei minha realidade.

Um dos lances mais comentados sobre Israel Felliipe no Campeonato Carioca foi o lance de falta em cima do jogador Gabriel Barbosa, atleta que atua no Flamengo.


No lance com o Gabriel eu tive que ser ágil, ele é dez ou quinze vezes mais rápido do que eu, fui no lance para matar a jogada. Ele não caiu, quis dar continuidade, ele ficou bolado por eu ter feito falta nele. O restante o vídeo fala por si só.

Abaixo um bate bola rápido com o jogador e mostrando um pouco mais de suas características em sua profissão e em seu ambiente pessoal.


Qual jogo foi o jogo mais difícil para você ?


Eu acho que foi contra o Cascavel, teve um jogador a menos desde o primeiro tempo, não vimos a cor da bola. Sofri uma dificuldade maior até do que quando enfrentei times grandes.

Qual foi o jogo que você achou que mais se destacou ?


Contra o Botafogo, O papel do zagueiro geralmente é não tomar gol, não tomamos gol. Peguei um atacante chato que joga em cima do zagueiro, ele tem 1,91 de altura e eu tenho 1,83. Isso contou muito.


Seus objetivos para esse ano ?


Para esse ano é conseguir me manter na titularidade e seguir no profissional, após isso consegui ir para um voo maior. Dar uma alavancada e conseguir ter um conforto. Nunca quis ser um popstar, busco as minhas conquistas.

Se pudesse resumir Israel Felliipe em uma palavra, qual seria ?


Guerreiro, Porque para eu conquistar o que eu conquistei até hoje, 60 por cento foi por contra própria e 40 por cento com ajuda de outros.





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