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Foto do escritorAlexandre Madruga

“Chegou ameaçando com arma na cintura”, diz médico da UPA de Magalhães Bastos sobre vereador

Gabriel Monteiro disse que não houve ameaça e nem constrangimento a nenhum profissional

Seis horas da manhã dessa sexta-feira (12) e uma mensagem com dois vídeos chega ao celular. É um médico revoltado, dizendo que o vereador Gabriel Monteiro teria invadido a unidade de saúde armado, fazendo ameaças aos médicos e funcionários.

“Ele chegou na UPA de madrugada só tinham 2 médicos de plantão. Eu estava descansando já era 4 horas da manhã. Ele chegou no quarto enquadrando todo mundo, ameaçando com arma na cintura e intimidando como se fôssemos vagabundos. É surreal. O que estamos vivendo. UPA sem paciente, sem nada. Tudo zerado, sem problemas. O cara armado dentro do quarto médico como se fôssemos vagabundos. Ele tem poste de arma? Não sabemos. Ele não pode puxar arma para ninguém ainda dentro do nosso trabalho. Estamos todos revoltados, aguardando a secretaria de saúde se pronunciar”, afirmou o médico que não quis ser identificado.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que o vereador entrou na unidade armado.

“A direção da UPA de Magalhães Bastos informa que o vereador Gabriel Monteiro, junto com sua equipe, entrou na unidade por volta das 4h da madrugada desta sexta-feira, armado. Não havia pacientes para serem atendidos na sala de espera e o médico estava no seu horário de descanso e poderia ser acionado a qualquer hora, caso algum paciente desse entrada na unidade”, informou a SMS por nota.

O Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) afirma que a lei orgânica do município do Rio de Janeiro estabelece o livre acesso de vereadores às repartições públicas municipais, mas certamente não lhe confere o direito de abusar de suas prerrogativas, violar direitos constitucionalmente assegurados e que repudia atitudes ofensivas, intimidadoras e violentas durante as vistorias, e que médicos e pacientes devem ser respeitados e atitudes sensacionalistas só causam prejuízos à boa assistência médica.


O vereador Gabriel Monteiro disse que não houve ameaça e nem constrangimento a nenhum profissional da UPA, e afirmou que recebeu várias denúncias sobre profissionais dormindo durante o serviço na unidade e que o médico que o acusou estava descontrolado, agrediu um policial e poderia ter sido preso em flagrante. Ainda de acordo com o parlamentar, toda a escolta dele tem porte de arma, mas ninguém usou as armas.

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