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Foto do escritorAlexandre Madruga

TRANSOLÍMPICA – Parte 3 | Mapas da Transolímpica divulgados


Em junho de 2011, uma moradora da Vila Carolina (que fica em frente ao Cefap) esteve no escritório do engenheiro Eduardo Fagundes, responsável pela Transolímpica, e conseguiu uma cópia detalhada do mapa da via expressa, do setor que abrangeria da estrada Marechal Fontenelle até parte da rua Tobias Monteiro em Sulacap. Dias depois, a planta completa do projeto básico da Transolímpica, feita em parceria da Invepar com a Sandotécnica, foi apresentado a Amisul numa reunião no mesmo mês de junho.

O engenheiro da Transolímpica, Eduardo Fagundes, buscou mais informações sobre a via expressa. Na época, houve a informação que o shopping não existiria devido a passagem da Transolímpica, mas a Prefeitura desejava o novo empreendimento na região e buscaria negociar com o Parque Shopping Sulacap a cessão parcial do terreno para a passagem da via expressa. Como o shopping disponibilizou apenas 20 metros do terreno, a opção foi descartada. Fagundes explicaria a necessidade de pelo menos 30 metros em caso de passagem da estrada exclusivamente, e 40 metros caso instalasse um ponto de BRT no mesmo terreno junto ao shopping, o que era desejo do empreendimento comercial. Diante da inflexibilidade nas negociações em ceder mais metros, a Prefeitura estudou outro projeto, buscando minimizar despesas, já que se a via passasse pelo Parque Shopping Sulacap o custo da obra seria muito alto. Nesse trajeto haveria a construção de um pequeno túnel perfurando a pedreira, viadutos e contenção de encostas no morro por trás do Cemitério Jardim da Saudade até a entrada dos túneis no Morro do Engenho. A solução, então, foi mudar o trajeto.

Após os insistentes pedidos da Amisul pela mudança que impactaria menos remoções de casas, o engenheiro da obra viu possibilidade de alteração da via de saída, no sentido Av.Brasil. Contudo, mesmo com a alteração, Fagundes entendia que no máximo apenas cinco casas da rua Tobias Monteiro seriam poupadas parcialmente. Ou seja, mesmo com a mudança na alça da via expressa, essas cinco casas seriam atingidas em parte. Quanto ao restante das casas, nada seria alterado, assim como na avenida Carlos Pontes, nos imóveis paralelos à Tobias Monteiro, e, próximas ao cemitério até a altura do início do terreno do Posto de Saúde Prof. Masao Gotto. De acordo com a norma técnica, se no terreno desapropriado sobrar 100m², este somente sofreria desapropriação parcial e não em sua totalidade.

Na época, as chances da Vila Carolina “sobreviver” eram pequenas, uma vez o Cemitério não poderia sofrer desapropriação, além da construção do viaduto para manter o acesso ao Jardim da Saudade, a curva possível para evitar que o condomínio torna-se inviável.

Diante dos fatos, mas mantendo a luta para apresentar mudanças possíveis, a Amisul resolveu convocar os moradores que poderão ser desapropriados, para orientá-los de todos os procedimentos para conseguirem receber os valores de indenização. “Agora, nossa preocupação é com os moradores que devem ser atingidos. Ajudá-los a entender as normas de desapropriação e o que precisam fazer, caso não estejam com documentação regularizada e como devem proceder quando os técnicos da Prefeitura forem às suas residências’, informou o então Diretor de Comunicação da Amisul, Alexandre Madruga.

Uma reunião em julho de 2011 seria realizada no Galpão Comunitário, a pedido da associação de moradores, com o engenheiro da Transolímpica, Eduardo Fagundes e a Secretária do Departamento de Desapropriações, Ana Nacif, para tirar as dúvidas dos moradores e responder questionamentos. Quanto as desapropriações, Nacif trouxe novos dados sobre promessas de compra e venda, inventariantes e documentação.

Toda reunião foi registrada e postada nas redes sociais. Confiram abaixo:

No fim de julho de 2011, a licitação seria criada e um vídeo atualizado seria divulgado com o novo trajeto, reduzindo o número de desapropriações no bairro em quase 60%, graças a união de moradores e da Amisul, que se empenhou diretamente ao então prefeito Eduardo Paes.

Após a conquista na redução de quase 60% de remoção de residências na Rua Carlos Pontes e Vila Carolina (que fica em frente ao Cefap), em agosto de 2011 um último vídeo, mais atualizado sobre o Corredor de Transporte Transolímpica foi divulgado no mês anterior. Percebam que esse difere na pintura cinza no meio da pista, indicando o corredor segregado do BRT. Outra diferença é o começo da via na Barra da Tijuca.

Mas a licitação era o mais importante, pois daria todas as informações detalhadas do projeto. Em 04/08/2011, o Diário Oficial do Município publicaria a licitação, que teria como objetivo a “Concessão para Implantação, Operação, Manutenção, Monitoração, Conservação e realização de melhorias do Corredor Expresso Transolímpica, ligando a Barra da Tijuca a Deodoro”.

A Secretaria Municipal de Obras publicou edital de licitação de concessão de obra da ligação Transolímpica, via com aproximadamente 13 quilômetros ligando a Avenida dos Bandeirantes (Barra da Tijuca), até a Avenida Brasil, na altura de Deodoro. O valor estimado da obra foi de R$ 1,6 bilhão, com recursos de quem vencesse a licitação, teria direito a pedagiar a via por 35 anos, incluindo os quatro anos de obras.

De acordo com o projeto, a Transolímpica integrava o caderno de encargos assinado pela Prefeitura com o Comitê Olímpico Internacional (COI) para a competição, para encurtar o tempo de deslocamento – de carro ou de ônibus – entre as duas regiões (Deodoro-Barra), o que facilitará o acesso do público.

Atualmente, o Corredor Tancredo Neves, mais conhecido como Transolímpica será administrado pela ViaRio até 2047, quando devolverá ao município toda estrutura criada, como o prédio, Central de Operações e toda logística de operação da via, como carros, guinchos e socorros.

Nessa nova licitação, certamente o valor será consideravelmente reduzido (Como aconteceu na Ponte Rio-Niterói), uma vez que todo custo da obra já terá sido pago durante a gestão da ViaRio.


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