EDITORIAL | Políticos brigam por "paternidade" de obra paga com recurso privado em Sulacap
- Alexandre Madruga
- 9 de mai. de 2019
- 2 min de leitura

Quando você espera uma "nova" política, nada mais pode surpreender quando uma pequenina obra do bairro, ganha ares de corrida eleitoral. E não estamos falando de cargos ligados a Prefeitura e sim políticos. Uma companhia de táxi do Jardim Sulacap lutava há anos por ter direito a parar na frente do Parque Shopping Sulacap. Com as negativas oficiais, não faltaram pedidos a vários políticos para conseguir algo normal em tantos shoppings do Rio: uma parada oficial de táxis na porta desses grandes empreendimentos comerciais.
O que impressionará a sociedade é que a obra somente irá acontecer, pois a cooperativa de táxi vai pagar toda obra e taxas do próprio bolso. Algo estimado em torno de R$ 25 mil que os cooperativados pagarão do próprio bolso. Mas outro dado vai surpreender ainda mais.
Uma verdadeira luta política está em curso, visando a "paternidade" da conquista dos taxistas do Parque Shopping Sulacap. Como algum nobre representante do povo, eleito nas urnas e responsável pelo investimento do dinheiro público em obras públicas, busca ser autor de uma obra paga com recurso privado?
A pequena política que briga pela autoria de um recuo de táxis, que já deveria ter sido planejado e executado, seja pelo empreendimento ou órgão público, é algo tão menor perante tantas necessidades da Zona Oeste, que surpreende a mera existência da corrida, que muito parece eleitoral e visando as urnas municipais em 2020. Como diria Boris Casoy, isso é uma vergonha!
Apenas para exemplificar, temos uma Marechal Fontenelle e Alberico Diniz que não sofrem uma intervenção urbanística e de engenharia de tráfego desde a década de 80. E nem vamos falar dos problemas na área de saúde, educação ou de ordenamento urbano, que são males que frequentam o dia a dia dos moradores da Zona Oeste, especificamente Jardim Sulacap, Magalhães Bastos e Realengo.
Será que tantas outras obras tão importantes e necessárias, continuarão órfãs sem nenhum "pai" para executá -las?
Vamos explicar, ou desenhar... O termo política tem origem no grego politiká, uma derivação de polis que designa aquilo que é público e tikós, que se refere ao bem comum de todas as pessoas.
Vamos exercer mais o público?