Antiga Escola de Recrutas, hoje CFAP, completaria 86 anos
FOTO: Visita do Presidente Getúlio Vargas e do Ministro da Guerra, Eurico Gaspar Dutra, a Escola de Recrutas em 1938
Em cada momento vivido, uma verdade encontrada e cada fato esquecido, uma certeza lembrará. E esse lembrança vem no início do século passado. Em 1917 foi criada a Invernada dos Afonsos, que serviria para a cavalaria da Polícia Militar do Rio, então Distrito Federal. Antes o local era parte da Fazenda dos Afonsos e em 1905 criou a Escola Profissional da PM. Mas foi em 08 de abril de 1933 que passou a se chamar Escola de Recrutas, antes funcionava no 4º Batalhão de Infantaria, onde hoje é o 4º BPM. Sob o comando do Capitão Alfredo Monteiro Cavalcante, uma pequena turma de oficiais e praças se preparou para receber em 15 de abril de 1933, uma turma de 120 alunos. A data acabou sendo a oficial de aniversário da Escola de Recrutas. Em cada minuto passado, mais um caminho que se descobriu. E essa descoberta foi a do Sub-Tenente Domingos, 83 anos, que entrou na Escola de Recrutas em 1959 e guarda lembranças da época que serviu. “Em frente a escola tinha uma pocilga, aviário. As galinhas que colocaram ovos, os recrutas iam lá catar e também alimentar os frangos. Também tinham casas e capela. Algumas casas eram para oficias, praças, instrutores, para não se afastarem muito da Escola. Sargentos e Tenentes ficavam, mas o comandante ficava numa casa mais distante”.
FOTO: Construção do Centro de Formação de Praças, na segunda metade da década de 60
Em 1963, a Escola de Recrutas se transformou no Centro de Instrução 31 de Voluntários que, no ano de 1967, tornou-se o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – 31 de Voluntários (CFAP – 31 Vol), em homenagem aos soldados do Trigésimo Primeiro Corpo de Voluntários da Pátria, que participaram da Guerra contra Solano Lopez, de 1865 a 1870. “Em 1865, aprisionaram o navio brasileiro Marques de Olinda e provocou o Brasil a ir a Guerra. Então, o Comandante Chefe das Forças pediu colaboração que todas as províncias desse um punhado de bravos, colaborassem. O General José Alves de Lima e Silva, caxias, soldado de ferro. As províncias cederam entre jovens entre 15 e 18 anos para reforçar o Exército Brasileiro. Nossa polícia foi reforçar o Exército. Então, cada província gerou um grupo de bravos. Nosso aqui, na capital federal, gerou o 31 Corpo de Voluntários da Pátria”, explicou Sub Domingos, que hoje trabalha voluntariamente no Museu da Polícia Militar, no Centro do Rio.
Em cada instante dessa longa vida, a Polícia Militar tem que ser enaltecida por essa gloria secular. Há 86 anos surgia uma escola, de onde sairiam soldados que se faziam ouvir o brado, o grito eterno de um bravo guerreiro. Hoje, guerreiros oriundos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças – 31 de Voluntários.
Policiais que são, sobretudo, uma razão de ser, que enfrentam a morte e mostram-se fortes no que acontecer.