PSICOnews | Ser mãe é...?
O que passaria na sua cabeça se iniciássemos a coluna de hoje dizendo que ser mãe não significa ter um filho? Será que conseguiríamos prontamente imaginar o que está por trás dessa afirmativa?
Estamos habituados a entender o papel e o estado de ser mãe ainda apenas sob olhar de uma espécie de determinismo biológico.
Porém, é evidente que ser mãe é muito mais que tudo isso. Há quem diga que a experiência única e exclusiva da maternidade é quase que um "estado de espírito".
Em certa ocasião, o pai da psicanálise, Dr. Sigmund Freud, recebeu uma curiosa carta de uma jovem senhora dizendo querer ser mãe. Dizia ela sobre um terrível medo e uma angústia enorme da qual era vítima, de que algo desse errado. Uma espécie de pesadelo que a acompanhava com a expectativa de engravidar.
E Freud, com sua contundência característica, respondeu em resumo mais ou menos assim:
"...Minha cara senhora, não se preocupe com isso. Por mais ou melhor que possa fazer, lhe asseguro que algo sempre dará errado.."
Peço calma agora para as nossas queridas e assíduas leitoras!
Embora possa parecer um falso agouro, excesso de pessimismo ou algo do tipo, o autor aqui referido estava apenas demonstrando em meia dúzia de palavras que, embora tenhamos certa consciência das boas recomendações de saúde, é ilusório também a idéia que temos total controle de tudo. Trata-se portanto de uma visão realista e saudável de toda a nossa condição humana.
E por via das dúvidas, vamos deixar bem claro que o melhor antídoto para se enfrentar o desafio da maternidade, sem dúvida é o amor.
Amar genuinamente é amar apesar de qualquer coisa, é amar incondicionalmente sem se esquecer de saber dizer não nos momentos certos. É dar limites e apresentar à criança o mundo como ele é, e não apenas como você gostaria que fosse.
Desde Freud já se conhecia o fato de que o amor era um poderoso ingrediente para se construir um ser humano forte e capaz de enfrentar a vida com dignidade e resiliência. Até mesmo os nosso neurônios e a interação entre eles demonstravam-se mais fortes e eficientes quando eram alvo do olhar e do acolhimento amoroso dos pais ou daqueles que se propunham ao papel de cuidar, alimentar e amar.
Para fazer uma breve comparação, é mais ou menos como se tivéssemos a fundação ou os pilares de sustentação de uma obra, na construção de um edifício capaz de suportar uma grande estrutura denominada vida.
Mas nem tudo são flores, não é mesmo? Muitas mamães sem condições de amar de uma forma positiva, acabam perdendo uma grande oportunidade de crescimento. Quase sempre insistem em convicções que causam sofrimento e impedem seus filhos de se expressarem em busca de suas identidades e de suas individualidades.
E antes de prestarmos as nossas mais sinceras homenagens para todas as mamães do mundo, seguem aqui algumas dicas do humilde psicólogo que vos fala:
. Ser mãe e ser amiga são coisas diferentes.
. Ser mãe é tornar-se desnecessária na vida adulta do filho
. Ser mãe é preparar para a vida e não para si própria.
.Ser mãe não lhe confere o direito de invadir o espaço do seu filho.
. E lembre- se que mamães com "cuca legal" costumam gerar filhos com "cuca legal".
Um grande e amoroso beijo no coração de todas as mamãe de corpo e de alma! Contem sempre comigo!
Feliz Dia das Mães!!