CINEnews | Um Frescor Muito Bem-Vindo
Há muito tempo, os Estados Unidos da América se estabeleceu como uma das principais nações do mundo, sendo pioneira e liderando avanços em diversos setores importantes, como por exemplo, na educação.
Assim sendo, a cada ano, a atenção do mundo se volta mais ao país e ao modo de vida de seus habitantes. Por isso, é inevitável não vê-lo como protagonista; em telejornais, quando tomam decisões que afetam todo o globo, e nas principais formas de entretenimento, como em nossa querida sétima arte, onde é constantemente plano de fundo principal.
Observe: 80% de todos os filmes já produzidos têm como cenário alguma cidade estadunidense, ou se passam em algum lugar pós-apocalíptico que, no passado, foi território norte-americano. O que é natural, já que, além do supracitado acima, alguns dos prêmios mais prestigiados do cinema e atores de grande renome habitam por lá.
Contudo, não é bom mudar de vez em quando? Respirar um ar fresco? Conhecer novos lugares? Pois é exatamente essa que (para a minha alegria e creio que a de muitos por aí) parece ser a tendência cinematográfica do momento: a exibição de outras partes do mundo.
É possível perceber que, nos últimos anos, houve um aumento significativo no número de produções (inclusive hollywoodianas) que não tiveram os Estados Unidos como cenário principal. Esse foi o primeiro ponto que me atraiu ao sucesso de bilheteria Pantera Negra.
Esse “movimento”, de tirar um pouco o foco dos EUA, parece ter ganhado mais força em 2017, com a estreia do longa Mulher-Maravilha, que tem muito mais em comum com o Pantera Negra do que aparenta. Em Mulher-Maravilha, vemos paisagens gregas estonteantes, no Pantera Negra, podemos nos deliciar com o visual maravilhoso da savana africana. Senhoras e Senhores, bem-vindos ao CineNews desta semana:
Pantera Negra traz ao espectador um frescor, em todos os sentidos da palavra. Vemos um ambiente diferente e incomum em produções de super-heróis, temos uma história original e extremamente cativante e personagens tão inteligentes e perspicazes que é impossível não gostar.
Apesar de pertencerem a editoras de quadrinhos diferentes, o tipo de narrativa usada em Mulher-Maravilha e Pantera Negra (pelo menos em seus respectivos filmes) é bem semelhante. Por exemplo, em ambos, temos um tom heroico e “de coração puro” nas atitudes deles, além disso, os dois filmes começam contando uma história em formato de lenda, o que enfatiza mais ainda a noção de “heroi perfeito” que mesmo errando, está sempre tentando dar seu melhor. Até o início dos filmes são parecidos, visto que, no caso dela, o longa começa com uma briga entre os deuses do Olimpo e no dele, uma guerra entre tribos africanas.
Estariam Mulher-Maravilha e Pantera Negra juntos em uma missão, ou esta seria uma montagem?
(Créditos na Imagem | Obtida em: https://pbs.twimg.com/media/DX_95YeU0AASXMZ.jpg)
Voltando nossas lentes para o felino mais querido do momento, sua película conta a história de T'Challa (Pantera Negra), jovem príncipe do reino de Wakanda que, após perder seu pai em uma tragédia, assume o trono, e enfrenta os mais diversos desafios para se manter nele. Diversos inimigos o encontram, e situações se desenrolam, enquanto ele trilha um caminho de autoconhecimento e aprendizado, a fim de se tornar um bom rei.
Pantera Negra, além de empolgante, completo (com personagens complexos e surpreendentes), por vezes engraçado, e único, tem sido visto também como um quebrador de paradigmas (mais uma similaridade com Mulher-Maravilha). Para muitos, o filme tornou-se símbolo de resistência e luta contra o preconceito contra a comunidade afrodescendente. Em várias partes do mundo, é possível ver a bela repercussão que o filme produziu, trazendo comunidades africanas inteiras aos cinemas e fazendo com que crianças e adultos, finalmente, sintam-se representados.
Pôster do filme Pantera Negra, por muitos considerado o melhor filme da Marvel até agora.
(Obtida em: https://shsthepapercut.com/23877/entertainment/black-panther-the-best-marvel-movie-of-all-time/)
Por mais filmes como este, que mostram como todos somos iguais e capazes de tudo o que quisermos, independente de gênero, raça, cor ou religião. As únicas coisas que realmente nos diferem, são: mente e coração.
(Obtido em: giphy.com)
Uma última observação é que o filme contém duas cenas pós-créditos e a rede de cinemas Cinesystem, especialmente a unidade Cinesystem Sulacap, que foi onde assisti ao longa, realizou um gesto muito legal. Antes do filme começar, eles exibiram uma mensagem, avisando aos espectadores sobre a existência de cenas extras e que, só acenderiam todas as luzes da sala, quando elas tivessem terminado, legal né? Para cinéfilos como eu que não gostam de perder nenhum detalhe foi muito útil, então, fica aqui o meu muito obrigada, Cinesystem!
Boa semana a todos e wakanda forever!
O filme ganhou:
Além de sua importância cultural e social, o filme tem efeitos especiais de cair o queixo e um enredo que, espero, proporcione muitas continuações.
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Andressa Gonçalves é futura jornalista. Como adora cinema, sempre pesquisa sobre paletas de cores, trilhas sonoras, curiosidades, e tudo o que pode sobre este universo. Mantém também o projeto bilíngue Expedição Musical, que toda semana apresenta ao grande público, novos talentos do cenário musical. Contato: miss.gonc00@gmail.com