EDUCAÇÃOnews | Criança mente?
Ainda feto, o bebê não pode usar palavras para atingir seus objetivos. Mas parte para a linguagem química dos hormônios, explica Robert Trivers, pai da sociobiologia moderna e professor da antropologia e ciências biológicas da Universidade Rutgers, EUA. “No último trimestre, há uma mudança chocante do controle das principais variáveis do sangue da mãe – batimento cardíaco, nível de glicose no sangue e distribuição do sangue pelo corpo”, explica Trivers no livro The Follyoffools (“A tolice dos tolos”, sem edição brasileira).
Antes mesmo do nascimento, a criança começa a enviar mensagens químicas para enganar o corpo da mãe. A partir dos 2 anos é que começam a querer enganar com as palavras – e o problema é que algumas não param mais. É para mudar o comportamento da mãe, de acordo com seus interesses, que o feto joga na corrente sanguínea da mãe esses hormônios, através da placenta, e o corpo da mãe reconhece esses hormônios como se fossem seus. Dessa forma, a criança começa a enganar a mãe para se beneficiar.
Na tentativa de saber a verdade, os adultos ficam como detetives, perguntando várias vezes a mesma coisa, pedindo que a criança reconte a mesma história inúmeras vezes. Isso acaba se tornando cansativo para os pais, além de não resolver e ainda reforçar o comportamento no qual a criança vai se especializando na arte de contar mentiras. Nem sempre esse papel de “detetive” ajuda a criança a verbalizar a verdade.
É importante saber por qual razão a criança está mentindo. Normalmente ela quer evitar os castigos, gritos, palmadas, ou até mesmo conseguir algo que deseja muito e se falasse a verdade não conseguiria. A mentira pode ser ainda, uma forma das crianças chamarem a atenção.
A punição, o castigo e as ameaças devem ser evitados, pois irá reforçar a tendência à mentira. Evite rótulos e não esqueça que contar mentiras é diferente de ser mentiroso. Cuidado para não atribuir uma característica à criança onde na verdade é só um comportamento. Os pais devem sempre explicar que existem opções para que a criança não precise mentir, como por exemplo, ao receber um brinquedo que não gostou pode apenas agradecer. Tente também não dar oportunidade à mentira. Se já sabe que a criança não fez algo, como por exemplo, o dever de casa, não precisa perguntar se fez, apenas pergunte como pode fazer para ajuda-la a fazer a tarefa.
Não deixe de valorizar e elogiar o comportamento positivo, mesmo que a criança tenha feito algo que você não goste, mas por ter dito a verdade, ao invés de brigar, apoie e o ajude a reparar seu erro. Reconheça a coragem da criança em dizer a verdade!
Se quiser saber mais sobre os comportamentos das crianças, estou à disposição no e-mail: recyriaco@gmail.com ou no celular (21) 98052.0800.
Renata Cyríaco, é professora, fisioterapeuta, gestora escolar, especializada em educação especial e inclusiva, Coach Infantil e pós - graduanda em psicopedagogia institucional e clínica.