Pai com dificuldade em atender filho autista, cria projeto para ajudar outras crianças
Após ter o filho diagnosticado com autismo com um ano e meio de idade, Valter Santos criou o KePhas (pedra em hebraico) em homenagem ao pequeno, causador da criação do projeto. A ideia principal do projeto é ser uma marca que levará a moda de maneira social e inclusiva. O lucro obtido com a venda irá gerar lucro para bancar os tratamentos de crianças autistas.
- Pedro Lucas foi diagnosticado como autista antes dos dois anos e, em março, fará 4 anos. Como tudo muito complicado desde o laudo, que só foi dado agora com 3 anos e os tratamentos, resolvi montar esse projeto para ajudá-lo e ajudar outras famílias. – diz o pai e idealizador do KePhas, que mora em Nilópolis.
Por hora, Valter leva o filho para ser atendimento em vários locais diferentes, como a FonoAliança que fica em São João de Meriti (com fonoaudiólogas, terapeutas ocupacionais e psicologias), Escola de Música (vídeo na matéria) que pertence ao Projeto Capacitando em Nilópolis e a Ginástica Olímpica Marcelo Azeredo, em Nova Iguaçu.
A luta dele agora é buscar parceiros que entendam a causa, vejam que todos precisam gerar renda e serem facilitadores para ajudar no acesso ao tratamento com preço mais justo. A venda de pulseiras e outros itens foi a maneira escolhida para gerar renda. O sonho é montar um centro de reabilitação com o nome "Amigos do Pedrinho" e concentrar todos os atendimentos necessários num mesmo lugar.
- Isso dificulta o atendimento das crianças com autismo. Faltam outras atividades, como psicologia e natação que a psiquiatra indicou, mas por falta de verba eu não consegui fazer. – diz Valter, que tem muitas dificuldades de achar colégios para atender o filho dele, que agora está na quinta unidade escolar com apenas 4 anos de idade.
Segundo a gestora escolar, professora e Coah Infantil, Renata Cyríaco, especializada em educação especial e inclusiva e pós-graduanda em psicopedagogia institucional e clínica, as escolas tem dificuldades em atender crianças com autismo por...
- As escolas tem essa dificuldade de matricular ou manter alunos autistas, uma criança de inclusão, pois infelizmente existe um despreparo dessas escolas para amparar essas crianças. Muitos profissionais conhecem as leis, não entendem o PEI (Programa Educacional Individualizado) que é obrigatório, não sabem fazer uma adaptação curricular, o que ajudaria no atendimento dessas crianças. Fora as escolas que acham que matrícula é sinônimo de inclusão, o que não é verdade. Inclusão é garantir a permanência e o aprendizado desse aluno. Creio que se os representantes das escolas se capacitassem e também as equipes, tudo seria mais fácil e a quantidade de escolas que não incluem diminuiria em muito. O ingresso de uma crianças autista em escola regular, é direito garantido na Lei, como consta na Lei de Diretrizes e Bases - finaliza a especialista.
Quem quiser ajudar o projeto do Válter, pode ligar para a KePhas no número (21) 97534-0778 ou para comprar algumas das peças do projeto, basta ir à loja Gumpp do Parque Shopping Sulacap (2º piso),que vai apoiar a iniciativa para ajudar outras crianças.
- Vamos começar a produzir roupas com a marca dele para ajudar no projeto. Eu tenho irmão autista e sei da luta que é ter um parente assim. – afirma Leonardo Abrantes, proprietário da loja.
Mais informações da HePhas estão no Instagram e Facebook (@kephasoficial).