SAÚDEnews | Leptospirose: aumento do perigo em inundações e alagamentos. Fique atento!
A leptospirose é causada por bactérias do gênero Leptospira, presente na urina do rato. O rato de esgoto é o principal responsável pela infecção humana, em razão de existir em grande número e da proximidade com seres humanos. A bactéria multiplica-se nos rins desses animais sem causar danos, e é eliminada pela urina, às vezes por toda a vida do animal e sobrevive no solo úmido ou na água, mas não sobrevive em águas com alto teor salino. As épocas de maior contágio são o verão e o outono, estações características pelo calor e pela grande quantidade de chuva, clima ideal para a sobrevivência da bactéria. As inundações propiciam a disseminação e a persistência da bactéria no ambiente.
A infecção também pode ser adquirida através da ingestão de água e alimentos contaminados com urina de ratos ou por meio de contato com urina de animais de estimação, mesmo quando esses são vacinados. É uma zoonose (doença que é transmitida também para o homem) que acomete roedores e outros mamíferos silvestres e atinge animais domésticose outros de importância econômica (bois, cavalos, porcos, cabras, ovelhas). É importante nos cachorros que vivem em quintal, evitar que eles contraiam a leptospirose canina. É importante se preocupar com a prevenção por ser uma zoonose. O recomendado é a vacinação. Um cachorro contaminado pode ou não apresentar os sintomas da leptospirose. Para ter certeza de que o animal está contaminado é feito exame de sangue e urina.A leptospirose canina pode deixar o animal abatido e com sinais de “tristeza”.
Durante as enchentes, a urina dos ratos, presente nos esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama. Qualquer pessoa que tiver contato com a água ou lama pode infectar-se. As leptospiras penetram no corpo pela pele, principalmente por arranhões ou ferimentos, e também pela pele íntegra, se a pele ficar imersa por longos períodos na água ou lama contaminada.
O contato com esgotos, lagoas, rios e terrenos baldios também pode propiciar a infecção. Os seres humanos são infectados casual e transitoriamente, e a transmissão de uma pessoa para outra é pouco provável.
As manifestações iniciais são: febre alta de início súbito, dores pelo corpo, principalmente nas panturrilhas, vômitos, diarreia, tosse, sensação de mal-estar, dor de cabeça constante e acentuada, cansaço e calafrios, dor abdominal. É comum que os olhos fiquem avermelhados (hiperemia conjuntival). Após dois ou três dias de aparente melhora, os sintomas podem ressurgir, menos intensamente. Nesta fase é comum o aparecimento manchas avermelhadas no corpo (exantema). A maioria das pessoas melhora em quatro a sete dias.
Entretanto, essa melhora pode ser transitória,podendo ocorrer uma piora súbita do quadro. Icterícia, hemorragias, complicações renais e coma são sinais da forma grave da doença(em um número pequeno de casos). Pode haver necessidade de internação hospitalar.
A leptospirose pode ser confundida com outras doenças (dengue, gripe e outras viroses).As manifestações da leptospirose, quando ocorrem, em geral aparecem entre 2 e 30 dias após a infecção (período de incubação médio de dez dias). O tratamento inclui cuidados com a hidratação, uso de antibióticos, e medicamentos para aliviar os sintomas. São evitados aqueles que contêm ácido acetilsalicílico, porque aumentam o risco de sangramentos.
COMO SE PROTEGER: Quando ocorrem inundações, deve ser evitado contato desnecessário com a água e com a lama, impedir que crianças nadem ou brinquem nessas águas.
Deve ser utilizada apenas água tratada (clorada) como bebida e para a higiene pessoal. Bebidas como água mineral, refrigerantes e cervejas não devem ser ingeridas diretamente de latas ou garrafas, sem que essas sejam lavadas adequadamente (risco de contaminação com urina de rato). Deve ser utilizado um copo limpo ou canudo plástico protegido. Pessoas que trabalham na limpeza de lama, entulhos e desentupimento de esgoto devem usar botas e luvas de borracha (ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés). Acondicionamento e destino adequado do lixo, armazenamento apropriado de alimentos, desinfecção e vedação de caixas d´água, etc. O acúmulo de lixo e entulho em quintais e terrenos baldios leva à proliferação de ratos. O despejo de lixo em córregos ou rios facilita a ocorrência de inundações. O uso de raticidas (desratização) deve ser feito por técnicos devidamente capacitados. Para limpeza e desinfecção de locais e objetos que entraram em contato com água ou lama contaminada, diluir um copo de água sanitária em um balde de 20 litros de água, deixando agir por 10 minutos. Realização de obras de saneamento básico, melhorias nas habitações humanas e o controle de roedores. Em caso de utilização de água de poços ou coletada diretamente de rios ou lagoas, estabelecer (com supervisão técnica especializada) uma infraestrutura domiciliar mínima que permita o tratamento (cloração) da água utilizada para consumo e preparo de alimentos. Seguir os cuidados de preparação higiênica de alimentos, incluindo o tratamento com água clorada. Os alimentos devem ser acondicionados em recipientes e locais à prova de ratos. Descartar alimentos que entraram em contato direto com água de enchentes e não possam ser fervidos.
VACINAS:
Não existe uma vacina para uso humano contra a leptospirose no Brasil. A vacinação de animais domésticos e de produção (cães, bovinos e suínos), disponível em serviços particulares.A vacina só está disponível para ser aplicada em animais. Embora evite que fiquem doentes, não impede que sejam infectados pela Leptospira nem que transmitam a bactéria pela urina. Vacine seu animal e mantenha rigorosamente limpas as vasilhas em que são servidos alimentos e água.
Uso de medicamentos e outras medidas, de acordo com os sintomas, deverá orientado sempre por um médico. Os casos leves são tratados em ambulatório, mas os casos graves geralmente precisam de internação.Não se automedique, se suspeitar de infecção pela leptospirose.
É importante que se qualquer pessoa apresentar febre após uma exposição de risco para leptospirose, procure um Serviço de Saúde rapidamente.
EM CASO DE DÚVIDAS: Coordenação Geral de Doenças Transmissíveis-CGDT SRTV 702, Via W 5 Norte - Edifício PO 700 – CEP: 70719-040 Brasília DF. E-mail: gt-roedores@saude.gov.brTelefone (61) 3315-3563