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Leandro Borges - Fisioterapeuta

FISIOnews | Dor no calcanhar? Pode ser fascite plantar


A fáscia plantar é uma faixa rígida de tecido conjuntivo localizada na planta do pé, que tem como principal função proporcionar absorção de choques e impactos além de ajudar durante a marcha. A fáscia é um tecido de revestimento que está situado não só no pé, mas em todo o nosso corpo, é uma membrana de tecido conjuntivo fibroso e pouco elástico, que recobre a musculatura da sola do pé, desde o osso calcâneo, que garante o formato do calcanhar, até a base dos dedos dos pés.

A fascite plantar é a causa mais comum de dor na região plantar do pé. Estima-se que uma de cada 10 pessoas experimentem dor na região calcânea ao longo da vida. Se manifesta principalmente entre os 40 e 60 anos de idade. Durante o caminhar, a cada passo a fáscia é submetida a repetitivas forças de tração. Força aplicada sucessivamente, com frequência e intensidade aumentadas, pode ocorrer degeneração progressiva na origem da fáscia plantar, junto à porção medial do osso do calcanhar. Ele suporta todo o peso do nosso corpo, sofrendo um impacto constante.

Ela pode vir acompanhada de um esporão calcâneo, que nada mais é que uma protuberância óssea na base do osso calcâneo (na sola do pé) ou ainda na região posterior do calcâneo, bem próximo à inserção do tendão de Aquiles. O esporão também leva a dor na região do calcanhar, imagina uma pessoa com os dois problemas ao mesmo tempo. O esporão surge devido ao acúmulo de cálcio debaixo do pé, ao longo de vários meses, que acontece devido ao excesso de pressão sobre o mesmo local e principalmente devido ao aumento da tensão sobre a fáscia plantar.

Algumas alterações biomecânicas estão intimamente ligadas a inflamações na fáscia e principalmente a um mau amortecimento de impacto que sobrecarrega essa estrutura. Sua causa exata é desconhecida e vários fatores podem estar envolvidos, são eles:

• Excesso de exercício (corridas de longa distância), • Calçado em más condições, sem amortecimento no calcanhar, • Treino em piso inadequado (pisos duros), • Alterações morfológicas do pé (pés planos ou cavos, calcâneos varos, pronação excessiva), • Diminuição da força de flexão plantar (musculatura posterior da perna), • Obesidade, • Ter uma perna mais comprida que a outra, • Encurtamento da panturrilha.

Veja os tipos de pisada:

Quadro clínico: • Dor intensa sob o calcanhar quando se dá o primeiro passo ao levantar-se da cama, • Dor vai diminuindo ao longo do dia, • Dor no início do treino que depois alivia,

Nos casos extremos a dor é permanente em cada passo, pode-se perceber inchaço, vermelhidão na região do calcanhar.

O que posso fazer em casa?

• Alongar a panturrilha antes de levantar da cama, sentado na cama com a perna esticada e apoiada e mantendo o calcanhar fora da cama, coloque uma toalha ou uma faixa rígida na ponta do pé. Puxe a faixa em sua direção e sinta o músculo esticar em toda região posterior da perna, segurar 30 segundos. • Massagem com uma garrafa de água congelada na sola do pé, • Com uma bolinha de tênis, pode massagear a sola do pé, em toda sua dimensão, isso ajuda a diminuir a tensão na fáscia plantar, e consequentemente alivia a dor. • Fortalecer a musculatura plantar do pé, a pessoa irá precisar de apenas uma toalha. Na posição sentada, com o pé apoiado em cima da toalha, irá realizar movimento com os dedos dos pés de maneira que consiga puxar toda a parte da toalha que está a frente do seu pé. • No dia a dia, prefira sapatos com saltos mais baixos, que não estejam largos nem apertados demais, nem que tenham a sola muito fina ou muito gasta. Dê preferência aos tênis mais adequado a cada ocasião. Utilizar sapatos confortáveis é algo que todo mundo deveria fazer. Para quem não abre mão do salto, a recomendação é deixar esse tipo de calçado apenas para locais específicos, como o escritório, e utilizar opções como tênis no deslocamento da casa ao trabalho. Para homens e mulheres, o importante é usar sapatos com um bom sistema de amortecimento. • Alongar a fáscia, puxando os dedos dos pés para cima e também toda a parte de trás da perna. • Controlar o peso corporal.

O diagnóstico da fascite é feito ao examinar o paciente. Os exames como ressonância magnética e raio-X não conseguem detectar a fascite plantar e podem ser empregados para descartar outras doenças.

O tratamento é baseado em fisioterapia e mudanças no estilo de vida. Sem tratamento, a dor da fascite plantar pode tornar-se crônica e provocar alterações na marcha que revertem em lesões no joelho, quadris e coluna.

Caso o paciente não tenha melhore, o tratamento indicado é a infiltração com corticoides ou a cirurgia. Mas grande parte dos portadores de fascite plantar se beneficia com o tratamento conservador que inclui repouso, aplicação de gelo no local e sessões de fisioterapia. As vezes é necessário recorrer ao uso de palmilhas para corrigir alterações anatômicas, pois permite distribuir a carga durante a marcha e desta forma aliviar as queixas.

Cerca de 90% das pessoas acometidas melhoram significativamente nos primeiros dois meses de tratamento. No entanto, pode demorar algum tempo até aos sintomas desaparecerem de forma definitiva, em alguns casos até um ano.

Leandro Borges é Fisioterapeuta e Instrutor de Pilates, Pós-graduado emTraumato-ortopedia com ênfase em Terapias Manuais.

Contato: 99550-9212 ( whatsapp )

Email: leandrorjfisio@hotmail.com

Blog do Facebook: Fisiot. Leandro Borges

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