ESTÉTICAnews | Flacidez de pele: Hipotonia Tissular. O que é?
A hipotonia tissular (flacidez de pele) é uma das disfunções estéticas mais complicadas de se tratar e uma das mais comuns. É o resultado de causas intrínsecas, como o envelhecimento e extrínsecas, como um processo excessivo de emagrecimento(“efeito sanfona”), gestações, sol, má alimentação (desnutrição) e até tabagismo. Mais conhecida como flacidez, é caracterizada pela falta de fibras de sustentação da pele, o colágeno e elastina. A palavra hipotonia se refere a baixo (hipo) tônus (tonia).
A flacidez tissular é um termo que se refere à qualidade ou estado flácido tecidual, isto é, tecido mole, frouxo e que pode estar ou não associada a uma flacidez muscular. Na flacidez tissular, a pele perde a sua elasticidade, seu tônus e com isso, o aspecto inestético é inevitável. Aparece geralmente a partir da terceira década da mulher e em partes bem visíveis do corpo: como abdômen, coxas, glúteos, rosto e braços. Sabe aquela sobra de pele na parte posterior do braço, no tríceps, que balança quando damos “tchauzinho”? Ou aquele dobra estranha da pele no abdômen? Ou ainda aquele aspecto de “bumbum caído”? São consequências de uma pele flácida.
POR QUE ACONTECE?
Na prática, a flacidez ocorre quando o colágeno se torna gradualmente mais rígido e ao mesmo tempo, a elastina, vai perdendo sua característica principal. (CARPANEZ; 2013). A flacidez cutânea está diretamente relacionada à atividade do tecido conjuntivo de sustentação. O tecido conjuntivo é formado por diversos tipos de células e, dentre elas, encontramos os fibroblastos, células responsáveis pela formação de fibras e do material intercelular amorfo, ou seja, que sintetizam colágeno, mucopolissacarídeos e também fibras elásticas (GUIRRO;GUIRRO, 2004). A diminuição da atividade e do número de fibroblastos ocasionam uma menor produção de colágeno e desorganização dos já existentes.
ENVELHECIMENTO CAUSA FLACIDEZ
A diminuição da atividade fibroblástica acontece com o envelhecimento fisiológico, a partir dos 30 anos – ou por um emagrecimento excessivo. A manifestação metabólica mais visível do envelhecimento parece ser, no entanto, o atraso da síntese proteíca, em razão do qual se estabelece um desequilíbrio entre a formação e a degradação. A pele, com todo esse processo biológico, predispõe a se tornar delgada em alguns pontos, seca, enrugada e às vezes, escamosa. As fibras colágenas da derme ficam mais espessas, as fibras elásticas perdem parte de sua propriedade elástica e há uma diminuição gradativa da gordura armazenada, no tecido subcutâneo. Todas essas transformações favorecem o surgimento da flacidez, de pele e a hipotonia muscular (GUIRRO;GUIRRO, 2004).
A pele, como nós sabemos, é constituída de duas camadas: epiderme e derme. A derme é a camada viva de tecido conjuntivo abaixo da epiderme. É quase 25 vezes mais grossa do que a epiderme. A derme é constituída dos tecidos conjuntivos compostos por proteínas de colágeno e fibras de elastina e tem duas camadas: papilar e reticular.
A camada papilar é a que conecta a derme à epiderme. Os receptores do toque, vasos sanguíneos e capilares estão nesta camada. A camada reticular é a mais profunda e é constituída da base de folículos pilosos, glândulas, vasos sanguíneos e linfáticos, terminações nervosas, colágeno e elastina. Ela fornece oxigênio e nutrientes para pele. O colágeno é uma substância proteíca que dá força à pele – é produzido pelos fibroblastos e constitui 70% da derme. Os fibroblastos ajudam na produção de colágeno e elastina. A elastina é a proteína fibrosa que forma o tecido elástico e fornece elasticidade à pele. O dano a essas fibras é a principal causa de flacidez, rugas e perda de elasticidade da pele causada pelo envelhecimento. (GERSON et al., 2011)
Segundo Shirlei Borelli (2003), há também o fator hormonal que leva caso de flacidez, principalmente devido a idade que diminui a produção de estrogênio o que deixa a pele mais fina e menos elástica. Isso acontece porque os níveis baixos de estrogênio diminuem a produção de colágeno e elastina, as proteínas responsáveis pela sustentação e elasticidade da pele. Por isso a reposição hormonal adia e atenua esse processo, ajudando a manter os níveis adequados de produção dessas proteínas. A própria parte hormonal feminina faz com que as mulheres acumulem mais gordura no corpo. Por razão da variação hormonal, há uma diminuição do colágeno e da elastina, fibras que dão sustentação à pele. Além de uma diminuição nos líquidos da pele. (LOPES, 2004 apoud ROCHA, 2004.)
A pele é um marcador real da idade cronológica e de suma importância no psiquismo do indivíduos, pois com envelhecimento nossa pele é a primeira a ser desfavorecida, sofrendo com alterações cutâneas provocadas pelo tempo, abrangendo mais do que a simples coloração, textura e elasticidade (CARVALHO et al., 2011).
As principais mudanças que ocorrem com o passar dos anos são na derme. Os fibroblastos que produzem fibras de colágeno e elastina têm seu número diminuído, as fibras de colágeno vão ficando mais duras, se rompem, como consequência, transformam-se em um emaranhado de as fibras elásticas vão perdendo a sua propriedade, se agrupam e enfraquecem, apresentando na pele marcas de expressão (LIMA;PRESSI, 2005)
O QUE O ENVELHECIMENTO FISIOLÓGICO CAUSA
– Diminuição da hidratação cutânea – Diminuição da síntese e função do colágeno, elastina e reticulina. – Diminuição dos telômeros – Adelgaçamento da pele – Diminuição da vascularização – Diminuição da excreção sebácea e sudorípara
E todos estes fatores levam a flacidez cutânea.
COMO AVALIAR?
A avaliação é feita pela inspeção visual, pois o tecido apresenta dobras e vincos. É por meio de pinçamento que se pode perceber a diminuição da tensão e consistência do tecido dérmico (GARDIN e CIECKOVICZ, 2011).
É preciso fazer o “teste de prega”, uma manobra que consiste em fazer uma prega com os 3 primeiros dedos da mão, abrangendo uma boa quantidade de tecido. Segure a prega por uns 3 segundos e solte, observando o tempo para retorno à configuração de repouso. Se demorar muito para voltar a normalidade, há flacidez.
FASES
A hipotonia cutânea apresenta fases. Segundo Guirro e Guirro (2004), a flacidez pode ser classificadas em:
Fase Elástica: Lei de Hooke, ou seja, a tensão é diretamente proporcional a habilidade do tecido em resistir à carga. Nesta fase, quando o tecido for submetido á uma tensão, apresentará resistência. Voltará ao normal quando a carga for retirada.
Fase de Flutuação: Com a carga mantida, o estiramento continua e tende a um limite ou valor de equilíbrio. Nesta fase ocorrem alterações nas cadeias de carbono, portanto se a carga a que o tecido foi submetido for retirada, não voltará à configuração inicial.
Fase Plástica: Nesta fase ocorre uma deformação permanente no tecido, ou seja, se o tecido passar do seu limite de elasticidade, esta deformação torna-se permanente. O tecido já apresenta queda.
Ponto de Ruptura: Depois de um estiramento total, o organismo tentou reverter e não conseguiu. Neste caso, já há instalação de estrias, outro problema estético. É como se um pano fosse esticado até o máximo e não aguentasse a força – e como consequência haveriam “rasgos”.
Mesmo assim, a flacidez não pode ser considerada uma patologia, e sim, o resultado de vários fatores internos e externos. Para Kede (2009), a pele torna-se delgada e menos elástica, o tecido subcutâneo, muscular e osteocartilagenoso também sofrem alterações do tipo atrófica. A pele distrófica é inelástica, por sua vez, não consegue acompanhar a redução do conteúdo, resultando em envoltório excessivo e consequentemente flacidez. Segundo Guirro e Guirro (2004) “pode-se classificar a flacidez estética não como uma patologia distinta, mas sim como uma “sequela” de vários episódios ocorridos como, por exemplo: inatividade física, emagrecimento demasiado etc”.
OBJETIVOS DO TRATAMENTO
– Promover a revitalização tecidual; – Ativar o metabolismo e ATP; – Restabelecer equilíbrio biológico celular; – Estimular a perfusão tissular do oxigênio e do fibroblasto; – Aumentar a produção de colágeno.
A flacidez pode ser tratada com vários aparelhos, como a radiofrequência, a microcorrentes ou a vacuoterapia – além de massagens e cremes com ativos firmantes. Ideal montar um protocolo de acordo com a queixa principal de sua cliente.
Continuem acompanhando, até a próxima!
Silvana Rocha - Técnica em Estética, Linfoterapeura e Micropigmentadora (Formada pelo SENAC-RJ)
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