COMBATEnews | Judô o seu valor e as guerras da vida
Em tempos que os dias são cada vez mais desafiadores, onde a maioria das pessoas passa por pressões devido às inúmeras dificuldades da vida, cada dia mais os valores e princípios das artes marciais tornam-se relevantes e preciosos, hoje em especial, vamos falar sobre algumas lições de valor do judô e como as elas podem nos auxiliar e muito no cotidiano e nas guerras da vida.
Criado pelo professor Jigoro Kano em 1882, o Judô hoje é reconhecido mundialmente é um esporte olímpico de competição. Mas é muito mais do que isso. É um estilo de vida que tem muito a nos ensinar.
Caminho Suave – Judô, em tradução do japonês, significa “caminho da suavidade” ou “caminho da gentileza”.
Ser suave e gentil é faz parte da base para quem anseia ser bem sucedido em qualquer atividade. No Judô, os oponentes se cumprimentam sempre. Nas palavras de Jigoro Kano, esse ato é “você está agradecendo ao oponente pela oportunidade de melhorar sua técnica”. Seu concorrente, seja ele quem for, pode te fazer melhor, ao te obrigar a se superar. Respeito e empatia com o próximo, mesmo que seja adversário.
Ceder para vencer – Existe uma lenda sobre o Judô que conta que, ao observar a queda da neve nas árvores enquanto meditava, um dos antigos mestres viu que os galhos mais velhos e enrijecidos, ao receber os flocos de neve, juntavam muitos, mas quebravam depois de um tempo. Já os mais novos, leves e flexíveis, curvavam-se derrubando a neve que se acumulava neles. Assim é o princípio do ceder para ganhar: flexibilidade. Quanto mais rígidos, presos a velhos paradigmas, a roteiros pré-concebidos, ideias vazias e sem valores, maior a chance de que o peso que a vida traz naturalmente consiga nos derrubar e nos quebrar. Ser flexível é, na prática, ter a capacidade de se reinventar. Algo imprescindível nos tempos conturbados que vivemos.
Prosperidade e Benefícios Mútuos – Um dos princípios do Judô é chamado de “Jita Kyoei”, que é traduzido como “prosperidade e benefícios mútuos”. Basicamente, significa que é preciso praticar a solidariedade e que algo só é bom se for bom para todo mundo. Hoje muito se pratica a tal relação “ganha-ganha” - é comum ouvirmos: Quer rir? Tem que fazer rir - aos poucos as relações foram transformadas em um vale-tudo em que muitos fazem qualquer coisa para ter lucro ou vantagem. “Jita Kyoei” é a cura para esse trauma, compartilhar verdadeiramente o seu melhor, internamente e externamente, sem interesses individuais, mas pensando no bem coletivo.
Lutar para se aperfeiçoar, não se aperfeiçoar para lutar – A luta, diferente do que possa parecer a quem é de fora, não é o objetivo final do Judô, mas sim a melhoria contínua e completa dos seus praticantes. Lutar, assim, torna-se um processo de aprendizado. A luta pode ser dura, mas é também a melhor escola para quem está pronto para assistir à aula. As dificuldades da vida não são diferentes.
Máxima Eficiência (Seiryoku Zen’Yo) – Jigoro Kano dizia que devíamos utilizar de forma global, racional e utilitária a energia do corpo e do espírito. É se colocar plenamente em suas atividades, usando de maneira completa todos os músculos e também a mente, com foco e decisão. Na vida às vezes o peso é muito grande, somente quem estiver totalmente entregue às suas responsabilidades será capaz de superar obstáculos. A questão é que, quando se está nesse estado de plenitude, os recursos são utilizados de maneira precisa, gastando poucos recursos e recebendo os melhores retornos possíveis, um cenário que eu considero dos sonhos para enfrentamento de qualquer dificuldade seja na luta ou na vida.
Oss!
Leandro Farias é administrador na Academia Betânia de Artes Marciais – Projeto Sobral, Praticante de Jiu-Jitsu e Capoeira, Empreendedor Social, Profissional na Gestão de Pessoas.
Iniciou essa jornada movido pela paixão pelas artes marciais e pela gratificação em pesquisar e aprender.
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