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Saulo Souza - Jornalista

POLÍTICAnews | "A César o que é de César e a Deus o que é de Deus" (Mt 22,21)


Dai aos políticos o que é dos políticos, e aos brasileiros o que é dos brasileiros

Há sempre uma discussão religiosa quando se fala da vida de Jesus. Alguns ainda se perguntam se ele existiu mesmo. Falando do ponto de vista histórico, não há a mínima dúvida sobre Jesus, embora, segundo alguns pesquisadores, e por causa da dificuldade de tradução do aramaico, a língua que Jesus falava, pairam algumas dúvidas sobre a fidelidade dos relatos evangélicos sobre o que ele disse. Porém, a essência do homem Jesus no tempo é real.

Indiscutivelmente, o Judeu Jesus, nascido de mãe judia, Mariam, da linhagem de David (ou Maria, Miriam), trouxe uma reflexão que estava muito à frente do seu tempo, uma tarefa de difícil aceitação, a julgar pelo que representava a casta a que Jesus pertencia. A sociedade judaica naquela época era muito aristocrata, e a divisão em classes sociais era rigorosa entre os judeus. Pois Jesus estava na penúltima casta em ordem de importância para o Templo de Jerusalém (acima apenas dos escravos), de onde os Sacerdotes e Escribas governavam esse pequeno estado. Jesus era natural de Nazaré, uma das regiões mais miseráveis de Belém, na região da Palestina (Filisteia, Falestin – porque árabes e hebreus não pronunciam o “p”).

Naquele tempo, Jerusalém estava sob domínio Romano, era uma parte do Império Romano do Oriente. Muitos grupos rebeldes judeus tentavam enfrentar os romanos com revoltas armadas que eram facilmente dominadas pelo exército dos governadores romanos. Jesus tentava, com grande sabedoria, o que ninguém poderia esperar de alguém vindo de Nazaré, ensinar que o homem possui uma dimensão material, humana, cheia de sentimentos, paixões e instintos, mas também possui outra dimensão espiritual, sob a qual as ações desastrosas causadas pelo homem atomista (átomo – material) poderiam ser controladas. Essas duas dimensões pode ser chamada de “homem integral”. Porém, aquilo que costumamos chamar de ações políticas, como a atuação em eleições, manifestações em repúdio às injustiças de governantes, a capacidade de indignação diante da banalização da vida humana, essas também fazem parte da integralidade humana. Por isso a sociologia nos diz que o homem é um “animal Político”. Fazemos política todo tempo, inclusive em nossa própria família. Sem essa dimensão do humano, não seria possível a boa convivência. O egoísmo humano, em um determinado tempo histórico, criou a necessidade de um mediador de conflitos que estaria além da natural capacidade humana de estabelecer boa convivência: nasceu o Estado e as instituições políticas. Mas esse é um assunto para a Filosofia Política.

Não sendo possível separar a dimensão política do homem integral, Jesus ensinou novas formas de exercer integralidade humana sem o valor da razão. Trazendo para os dias atuais, a afirmação de Jesus em Mt 22, 21, não o compromete, pois essa era a intenção de quem lhe fez a pergunta se os impostos a Roma deveriam ser pagos pelos Judeus através do Templo de Jerusalém, ou não. Com aquela resposta, carregada de significados, Jesus uniu a dimensão espiritual e humana, portanto política também. A interpretação deve ser feita com duas perguntas: o que era de César? O que era de Deus? De Deus, era a terra prometida aos antepassados de Jesus; de César, era o retorno a Roma. O recado foi muito bem entendido e chegou aos ouvidos de todos os governadores da região.

A nossa pergunta nesse sentido, para os dias de hoje é: quem fez a Constituição vigente desde 1988? A esses deve ser dada essa Constituição como autoria de crimes criteriosamente cometidos ao longo do tempo pela nossa “ditadura civil”. Ao povo brasileiro deve ser dirigida uma consulta para decidir os rumos da nação. Seria como devolver o Brasil aos brasileiros. Os impostos arrecadados pelos sucessivos governos civis, a custa do trabalho desse povo, serviu apenas a esse império aristocrata de dominou o Brasil pela força da própria lei que eles criaram. O Brasil tornou-se legalista, e o poder foi fatiado entre o legislativo e o judiciário transformando nossa república presidencialista em parlamentarista corrupta. Pois, então, daí ao brasileiro o que é do brasileiro, e aos políticos o que é dos políticos. Vamos reconstruir a Jerusalém brasileira.

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